Blog do Site do Ralfim!

dezembro 21, 2008

Reta Final!!!

Filed under: Uncategorized — ralfer @ 9:34 pm

Etapa final do mochilão!

Gente, toda reta final exige muita energia; porque a tarefa é cansativa de mais. É aquele momento para conhecer tudo o que falta e não deixar nada para trás. Falando nisso, não consegui ir à manifestação na embaixada americana (o sapataço). O local era longe e eu precisaria escolher em ir à manifestação ou ir à Colônia Tavor; preferi a colônia. Putz, e que lugar bacana. Localizada à mais ou menos 60km de Caracas, é a residência dos alemães que chegaram na região em 1893 (acho que é isso).

Conversei com um camarada brasileiro no vôo de Caracas para São Paulo. Ele é do vale do Itajaí (onde a chuva destruiu tudo). Falei com ele sobre a Côlonia e ele disse que o local dá de 10 x 0 em Blumenau. Blumenau, apenas algumas casinhas mantêm a arquitetura européia. Em Tavor, todas as CASAS são alemãs. Muito bonito mesmo. O irmão do meu professor largou tudo e comprou uma casa na região. Super bacana e bem aconchegante. O único problema: acreditem quem quiser, Tavo está a 2.200 metros acima do nível do mar e o clima é sempre bastante frio. Quase morri congelado. Putz. Se não fosse uma maquininha lá para aquecer o ambiente, estaria enrolado. Como não levei roupa apropriada para Caracas (nunca imaginei que pegaria frio em tal lugal, já que em todo o país as taxas de calor são incríveis), foi difícil aguentar. Nunca tinha passado tanto frio da minha vida. O pessoal não tinha preparado lenha e por isso, não acenderam a lareira. Chegamos tarde lá. No sábado cedo, rodamos na vila e registrei as fotos abaixo. Espero que gostem.

 

 

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Pela noite, meu professor Adrian me levou ao aeroporto. Fica a 90 km de sua casa. De manhã, fiz o embarque e começava a última emoção do dia. Aguardando para embarque, escuto suavemente uma voz nas caixas de som: “Atenttion please. Mr. Ralfer Martins, find some one from TAM, please!”. Repetiram três vezes e eu já imaginei – lá vem bomba. Muamba só dá trabalho. Já estava maquinando na minha cabeça que os vidros de Ron Cubanos seriam os causadores daquele chamado. Apresentei-me a um funcionário da empresa que já colocou uma faixa reflexiva em mim e pediu gentilmente que eu o acompanhasse. Já havia dito que precisavam revistar a minha bagagem e ela estava trancada. Andei quase todo o aeroporto para chegar ao local de despachos – onde ficam todas aquelas esteiras com raio- X, analisando tudo. Identificamos para o soldado e ele trouxe minha mala. Eu a abri e ele tirou tudo. TUDO mesmo. Ai, ele pegou a embalagem que continha 06 garrafinhas do Ron. Garrafas pequenas. O cara abriu uma garrafa, ficou cheirando e eu já imaginei: “Esse cara vai pedir alguma coisa”. E garrafa de Ron, aberta, não fecha mais. Não é de rosca. Colocou uma fita na tampa. Matou-me de raiva. Ele pegou os charutos que eu comprei e também cheirou todos. Perguntou porque eu estava levando aquilo. Afirmei que eram apelas “regalos” (única palavra que aprendi em espanhol, que significa: presentes!). Ele disse ok. Peguei toda a muvuca das minhas roupas, mais as muambas e joguei tudo dentro da mala. Quando eu voltei para o avião, estavam descendo mais 4 passageiros na mesma situação. O vôo ficou atrasado por 60 minutos, por nossa causa. Então gente, muamba, mesmo que seja legal, não compensa… ahahah Passei aperto!

Nesse exato momento estou em São Paulo. Daqui a pouco, embarco para Belo Horizonte. Amanhã, sigo para Ipatinga e de lá, farei o balanço geral do mochilão 2008 – inclusive, abordando questões sociais dos locais visitados e é claro – o poder de unir pessoas da internet. Inclusive acabei de tirar uma foto com o jornalista Caco Barcelos e já estou postando aqui para vocês!!!

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Espero que tenham se divertido durante esse período; eu fiquei muito feliz em poder compartilhar esses momentos com vocês!

Abraços e até breve!

Ralfer 

dezembro 19, 2008

4.780.000

Filed under: Uncategorized — ralfer @ 6:09 am

4.780.000

Olá Amigos (as)!

Reta final agora. Faltam alguns dias apenas para o retorno ao Brasil. Então, é aproveitar o tempo aqui e conhecer o que ficou ainda para trás. Na semana que vem, já vou ter comida na casa de vó e tias e isso, é maravilhoso! A alimentação da Venezuela é super tranqüila. Não é muito distante da nossa não; mas, comida da nossa família é a melhor do mundo. Isso, vocês sabem muito bem do que estou falando… Sem contar, é claro, que não vejo a hora de comer um bom churrasco. O pessoal venezuelano não tem costume aqui com isso. Imagino que a carne deve ser bem cara mesmo e o pessoal vai no essencial. Hoje, o Adrian me levou em um restaurante no centro de Caracas muito bom. O local lembra aquelas tabernas italianas. O preço é um pouco salgado; mas, para conhecer, valeu de mais a pena. Escolhi uma lasanha a moda da casa e estava violentíssima! Seguem fotos do local (preferimos ficar em uma mesa que estava próxima a bandeira do Brasil, para matar a saudade)!

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Não me recordo se já contei para vocês sobre um alimento tradicional aqui. Chama-se Arepa. É feita com farinha de milho e água. Fica parecendo um bolinho, onde se pode rechear com o que quiser. Até com abacate (isso mesmo. Aqui, abacate é um legume e não uma fruta. Misturam o mesmo em saladas e o que vêem pela frente. Eu prefiro apenas a vitamina…). Come-se arepa aqui, como se como pão-de-queijo em Minas (para ficar fácil a comparação). Todos os dias de manhã, eu como uma no caminho para Caracas. Hoje, comi uma com recheio de frango que é campeã mesmo. Na cidade inteira, você encontra lugares especialistas em Arepas. É só escolher. Outra coisa que o povo procura quando chega à Venezuela, é por um refrigerante chamado Malta. Os desinformados acham que é cerveja. Já chegaram até a falar que a Venezuela tem cerveja para criança (sem álcool). Tudo ladainha. A verdade é que a Malta é um refrigerante tradicional no país e que é fabricado à base de Malta – que também é utilizada na Cerveja. Todo mundo come arepa com malta. É quase uma religião isso entre eles. Eu achei o gosto um pouco estranho. Prefiro, claramente, Coca-cola. Mas, vale à pena experimentar.

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Tudo bem até agora. Mas, a final, por que esse relato chama-se 4.780.000 (quatro milhões, setecentos e oitenta mil)? Bom, já vou logo adiantando que não ganhei esse valor em nenhum programa lotérico. Se eu pelo menos tentasse, seria maravilhoso. Mas, não ganhei. Quem ganhou, foi o Sr. Hugo Chávez; que no referendo para alteração da Constituição Venezuelana (liberando presidentes a candidatarem quantas vezes quiserem), teve o apoio (assinaturas) de 4.780.000 em apenas uma semana de campanha. Foi um marco histórico e uma mobilização fantástica no centro histórico de Caracas. E é claro, eu não poderia perder isso de forma alguma. As caixas, contendo as folhas assinadas foram passando de um em um; em uma fila gigantesca que levava ao capitólio. Cantando o grito de guerra: “Uh, ah, Chávez não se vá!” o clima foi contagiante. O comandante por sua vez, está nesse exato momento no Brasil; na cúpula das Américas tentando juntamente com Luiz Inácio e demais presidentes, uma solução de ajuda para o término do embargo econômico entre Cuba e os EUA. Em uma das entrevistas de Raul Castro (presidente de Cuba), ele disse não entender o porquê dos States imporem isso a eles: uma vez que o povo cubano jamais lutou contra os mesmos. São 50 anos de peleja e sacrifício.

Na minha singela opinião (que não entendo absolutamente nada de Relações Internacionais), os States não vão ceder. Posso estar muito enganado. Podem melhorar um pouquinho; mas, acabar com o embarco, jamais. Isso também mexe profundamente com o ego americano; será que eles querem ser vistos como os bonzinhos da história para sempre? Nunca. Que ajudam todo mundo sem algo em troca? Nunca. Posso estar enganado, mas, não será tão fácil assim. Além do mais, existe ainda uma briga quase íntima com Fidel Castro. Que não deu papo e tocou a ilha nessas cinco décadas (aos trancos e barracos, mas, tocou). E o mundo acha que o modelo socialista é um bicho de sete cabeças e que devora criancinhas ao entardecer. Será que é isso? Será que o certo então é o capitalismo?

No modelo socialista cubano, o governo garante educação, alimentação, saúde e outras coisas a mais. As pessoas trabalham para o país (agora é possível trabalhar para os hotéis estrangeiros que também exploram o turismo) e receber uma pequena remuneração por isso. Quando eu estava na ilha, o pessoal me disse que recebiam 50 pesos por mês por uma determinada atividade. Que não dava para fazer nada com isso. Mas, vamos lá. Todo mundo tem ou não tem. Tem comida, tem educação, saúde etc. Ai aparecem com a idéia que precisam usar uma calça jeans da moda e assim vai (estão sendo bombardeados pela TV e pelas rádios diariamente. Os Estados Unidos ficam próximos de mais, algo em torno de 160km). Os jovens ficam loucos, pois não querem saber de socialismo. Querem carro, querem roupas, querem MP3`s player e tal. Os pais lutam até a morte pela revolução de Fidel. Os jovens, não seguem em totalidade essa linha de pensamento. Então, não sei como será isso nos próximos anos. Querem comprar (olha só o capitalismo dando seus pulinhos na ilha… ehhhe). O socialismo defende uma coisa super bacana que é valorizar o ser humano pelo o que ele é; e não pelo o que ele tem. Então, trabalham, têm suas necessidades básicas resolvidas e tocam a vida como deve ser. Daqueles cubanos que foram para a Flórida, muitos ficaram ricos. Mais ricos que os próprios americanos. E esse pessoal, envia dinheiro para a ilha. Quem tem parente fora, consegue comprar uma coisa a mais no mês (não é totalmente liberado. Existe uma cota. Mas compram). E os demais, sobrevivem com o que o governo fornece. Então, será que o socialismo da ilha sobrevive por muito tempo, com o povo nessa efervescência do mundo? Sei não. “Eta” capitalismo danado…

Já na Venezuela, Chávez também defende essa idéia. São socialistas. Ok. Beleza. Show de bola. Bonito de mais isso. Mas, LEMBREM-SE que o mesmo assumiu o país há pouco mais de 6 anos. E antes, tudo aqui era capitalista. Vocês acham que se muda um modelo econômico de um dia para o outro? De um ano para o seguinte? Nunca. Jamais. É um processo evolutivo e que demanda participação da maioria. Não dá para aceitar socialismo com carros rodando no país, com valores acima de 150 mil reais. E não são poucos não. Vocês acham que o Hugo Chávez vai chegar à casa do pessoal aqui e dizer: “Ok. A partir de hoje, você coloca o seu carro a venda. Não pode te-lô mais, porque no socialismo todos precisam ser iguais e xuru melas”. Nunca mesmo. O comandante mesmo reconhece que aplicam aqui um modelo de Socialismo do Século XXI. Ele vem desenvolvendo missões em todas as partes do país; melhorando questões energéticas; educacionais; de saúde pública (com ajuda de Cuba) e outras. São programas sociais como vemos no Brasil (Bolsa Família, Bolsa Escola, etc). Muitos dizem que isso é uma forma de voto de cabresto. Segurar eleitores. E se for? E daí? São 40, 50, 60 ou 70 reais a mais no final do mês para as famílias. Nosso salário mínimo é uma piada e 70 reais adicionais para o povo é um luxo danado de bom.

Foi lançado hoje, o grande desafio para o Comandante Hugo Chávez. No Brasil, graças aos nossos veículos de comunicação não tão transparentes como deveriam ser, nossa impressão é que Cuba e Venezuela realmente fazem parte do eixo do mal no mundo. Bom, eu acho que não. São pontos de vistas diferentes e modelos de vida distantes dos nossos padrões. Não é por isso que precisam ser isolados do resto do planeta. Possuem as mesmas dificuldades brasileiras. Povo sofrido como o nosso. Se Chávez é maluco ou não, a primeira remessa de assinaturas chegou. Foram 4 milhões. A próxima demanda de listas, chegará em janeiro. Vi uma mulher dando entrevista hoje e ela disse: “Chávez com amor e o povo com amor a Chávez.”

Nos próximos dias não devo atualizar o blog. Já estou arrumando as malas. Mas, possivelmente na segunda (já no Brasil se Deus quiser!), escreverei sobre a manifestação de amanhã para a libertação do jornalista preso em frente à embaixada americana, sobre Colônia – uma pequena vila Alemã que passarei um dia e uma noite (Dizem que o local é frio para dedéu. Só tenho uma jaqueta jeans. Tomara que ela esquente! Eheheh) e é claro, da emoção de voltar para casa. Bom, fiquem com Deus e até breve. Obrigado pelos emails enviados.

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Um abraço e grato por tudo. Vocês são especiais!

Ralfer

dezembro 18, 2008

Quarta-feira de Deus e do Sol!

Filed under: Uncategorized — ralfer @ 4:14 am

Quarta-feira de Deus e do Sol!

Sim. Isso mesmo, querido visitante. De Deus mesmo! Só Ele pode ter dó do pessoal aqui das cidades vizinhas a Caracas. Hoje foi um dia que meu professor não foi para a Capital e ficou resolvendo seus problemas de casa. Conforme combinado com a minha professora, faríamos o percurso de 60km em transportes públicos. Sem mistério. Às 07:00h da manhã, pegamos um microônibus (muito velho e que tocava Bon Jovi numa altura, que só vocês aqui para acreditarem)! Uma coisa que chama muito a atenção nossa, são os ônibus pequenos; que em quase em totalidade, são muito antigos. O ponto fica a dois quarteirões de caminhada tranqüila. Em dez minutos, chegamos à estação de trem de Cheravalle. Desta estação até Caracas, são 30 minutos (naquele esquema já relatado aqui: apertamento geral e para entrar e sair do vagão, é só deixar o fluxo levar você! Ehehehe Mulher sofre lá mesmo. Geral.)

Chegando em Caracas, paramos na Estação El Valle. De lá, pequenos um ônibus para uma estação do metrô, que não recordo o nome agora. Desta estação, pegamos o trem para a Praça Venezuelana e de lá, fizemos a conexão para a estação Chacao. Isso mesmo: foi um mix de transportes para chegarmos até o serviço da minha professora. Duas horas e pouco de corrida, para vencermos a jornada. E que jornada… Fazer isso todos os dias, não deve ser nada fácil realmente. A programação de hoje, ficaria sob a responsabilidade do Jorge (namorado da Pamela, filha dos meus professores). E é claro – depois da peleja dos transportes, nada mais justo que um dia de PRAIA!!! Isso mesmo! Rodamos uns 45km de carro e chegamos a um lugar super bacana. Deu para comer uma porção de banana da terra verde frita (super tradicional aqui), debaixo daquelas barraquinhas bacanas. Coca cola gelada e foi legal. Deu para distrair a cabeça e assistir a passagem de alguns super petroleiros na costa. Gosto de mais de navios.

Falando em petróleo, na volta do passeio, como forma de retribuição, disse ao Jorge que a gasolina seria por minha conta. Aproveitei para tirar uma foto da bomba para vocês terem uma idéia. Com 01 real, compra-se em média 01 Bolivar. A gasosa aqui custa nada mais, nada menos que 0,07 centavos de bolivares. Isso mesmo – imaginem: 7 centavos de real um litro de gasolina. Colocamos no carro, 31 litros e pagamos 02 reais e 20 centavos. Cobram 7 centavos, para não darem de graça. Está explicado porque o trânsito em Caracas é o caos; se eu tivesse carro aqui, ficaria o dia inteiro rodando, gastando por conta. Nesse preço, andava até de ré no meu carango!!!! Bom, o retorno depois de Caracas, vocês já sabem: dois ônibus, 5 mêtros e por ai vai…

Em tempo: Sexta-feira está programada aqui na cidade, uma movimentação para libertação do jornalista que está preso por ter atirado seus sapatos no George Bush. Todos os jornalistas da capital, foram convidados às 11:00h para irem em frente da Embaixada dos Estados Unidos a jogarem pares de sapatos velhos no local. Parece que esta mobilização acontecerá em diversas partes do mundo. Acho que vou conferir, para bater fotos para vocês. Só não vou poder jogar um sapato velho, porque só vim com um aqui! Parece que a situação está feia para o cara. Está sendo processado por atentado terrorista ao presidente. Complicado de mais. Terrorista com um tênis. E viva a democracia. 

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dezembro 17, 2008

Caracas na Terca!

Filed under: Uncategorized — ralfer @ 2:29 am

Caracas na terça!

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Hoje foi dia de rodar. Acordamos às 05:00h da manhã para pegar a estrada. Logo cedo, o pessoal aqui já vinha acompanhando no rádio, que havia acontecido um acidente na autopista (que liga a cidade onde estamos a Caracas) e que o trânsito estaria complicado até a capital. Saímos exatamente às 06:00h da manhã de casa e só conseguimos chegar em Caracas às 10:00h. Sem contar que são quase 60km de distância apenas. Realmente é muito carro rodando por causa da gasolina barata. O comandante Chávez vem com dois projetos super interessantes para os próximos anos.

O primeiro programa consiste em passar todos os carros do país, para Gás. Quer diminuir o nível de poluição com a utilização de gasolina. Outra coisa, ele quer tirar os veículos velhos de circulação. Está fazendo um incentivo super legal para o pessoal pegar carro novo a gás. Quem comprar um carro novo movido com tal combustível, ele vai dar dois anos de graça de abastecimento. É mole? Acho que está em trâmite essa proposta… Enquanto isso, lembram quando eu falei do apagão em Caracas? Que supostamente a oposição fez barulho no dia em que Chávez começou a colher as assinaturas como apoio para a modificação na constituição para se candidatar novamente? Estamos no sexto dia e já colheram mais de dois milhões de assinaturas. Está o maior barulho isso no país e os papos de esquina, são apenas os que envolvem política. Impressionante.

O fato da semana aqui e que movimentou a Venezuela, foi o caso do jornalista que atirou seus sapatos no George W. Bush em uma entrevista. Gente, se esse jornalista vier para cá, vira rei. O povo amou a atitude. Não sei que país do Oriente Médio, que atirar um sapato em alguém, é considerado um ato de total indignação. A coisa é séria mesmo. Em um dos postos de recolhimento destas assinaturas de Chávez, eu encontrei a figura abaixo – protagonizando nosso amigo Bush, com um tridente, gravata em dólares e botinas também. Era o próprio cara lá de baixo… Saravá! Bati uma foto para registrar para vocês. Vejam:

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Como combinado, hoje foi o dia de caminhar pelo centro antigo de Caracas. Super bacana mesmo. Passei pelo Capitólio, sede do legislativo do governo e casa do Simon Bolivar (herói do país e que ajudou na independência do mesmo). Na praça dedicada ao libertador, tinha até duas coroas de flores próximas à Estátua; uma, em forma da bandeira de Cuba, foi deixada pelo presidente de tal país (Raul Castro) ontem, em visita à Venezuela. Super bacana. Amanhã, devo continuar o percurso de caminhada. Graças à câmera fotográfica emprestada pela minha irmã Rúbia, as fotos abaixo foram possíveis. Ela cabe no meu bolso. Caso contrário, não seria possível registrar. Não dá para ficar dando sopa lá no centro, porque o auê é muito grande. Valeu Rúbia. Seguem fotos! Amanhã tem mais….

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Obs. 1: a Kibon aqui chama Tio Rico. Alguem sabe por que???
Obs. 2: nunca quebrei nada na vida. Hoje, quebrei a garrafa de Ron que compramos para a Norah fazer um bolo de natal. O lugar mais proximo para comprar outra, 30km. Putz, fiquei chateado de mais… Foi para o Santo!

Abraços, Ralfer

dezembro 14, 2008

Primeiro sabado na Venezuela!

Filed under: Uncategorized — ralfer @ 5:34 am

Olá Turma!

Tenho recebido vários e-mails de vocês. Isso me motiva cada vez mais em realizar as atualizações. Está super legal mesmo. Obrigado por todas as participações. Bom, primeiro sábado na Venezuela. Super tranqüilo. Como estou procurando descansar ao máximo, dormi muito. Ao acordar, fui convidado pelo pessoal aqui, para ir até o centro da cidade onde moram (Charallave) para fazer compras no mercado local. O mercado popular, não foge muito ao que conhecemos no Brasil não. Tem de tudo: frutas, verduras, legumes, roupas e brinquedos. Isso mesmo: pode aproveitar e comprar o que precisar. Super tranqüilo. Aproveitei para tomar uma água de coco (coisa bem brasileira mesmo…).

caracas_sabado-003caracas_sabado-009Agua de Coco com o Marcos (Filho da Norah e do Adrian)caracas_sabado-014caracas_sabado-016

O passeio terminou em um restaurante super conhecido aqui, chamado de Dona Rosa. A comida da Venezuela não é muito diferente da nossa não. O pessoal tem perguntado muito sobre a alimentação para mim. É bem cara, mas, não distante do que vemos em terras tupiniquins… seguindo indicação, pedi o prato abaixo (que é um nome complicado), mas, simplesmente traduzindo: uma carne de panela, feijão com queijo ralado em cima, uma fatia de queijo arroz e banana da terra frita. Super gostoso o tempero e sem frescuras. Nesse restaurante, é tradição tomar junto com as refeições, um refrescante suco de rapadura com limão. Muito legal. Vale a pena conferir. Voltei a tarde e fiquei apenas terminando uma pesquisa que venho realizando. Amanhã, escrevemos mais.

Inicio de uma parceria!
Inicio de uma parceria!

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Nao e garapa!
Nao e garapa!

Nao e garapa!caracas_sabado-025

 

 

Abração para vocês!!!

Ralfer

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dezembro 13, 2008

Internacional

Filed under: Uncategorized — ralfer @ 9:02 pm

Raúl Castro chega a Caracas e é recebido por Chávez

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Thomas Coex/ AFP Photo

O presidente de Cuba, Raúl Castro, chegou neste sábado à Venezuela, dando início a sua primeira visita oficial a outro país desde que assumiu o governo da ilha, em fevereiro deste ano. Castro desembarcou no aeroporto internacional de Maiquetía, em Caracas, por volta das 11h locais (13h30 no horário de Brasília) e foi recebido pelo presidente Hugo Chávez, que estava acompanhado de uma comitiva militar.

Em um breve pronunciamento, o presidente cubano transmitiu uma saudação enviada por seu irmão, o ex-presidente Fidel Castro, afastado do poder em julho de 2006 devido a problemas de saúde. “Uma saudação ao povo venezuelano e um abraço do chefe da revolução”, disse Raúl, referindo-se a Fidel.

Chávez, por sua vez, deu as boas-vindas ao colega cubano qualificando-o como “impulsor da grande revolução cubana” e disse que sua visita é uma honra. “Recebemos com você Fidel Castro e todo o povo cubano, os guerrilheiros da Sierra Maestra e os 50 anos da Revolução Cubana”, ressaltou o presidente.

Os mandatários se reunirão nesta tarde para discutir as relações entre os dois países e revisar acordos de cooperação nas áreas de saúde, educação e esporte, entre outras. Além disso, estudarão 300 novos projetos que devem ser desenvolvidos no próximo ano.

Após a chegada de Chávez ao governo, Venezuela e Cuba se tornaram aliados muito próximos, tanto na gestão política quanto na economia. O intercâmbio comercial entre os dois países é de cerca de US$ 3 bilhões.
Mediante acordos bilaterais, a Venezuela fornece a Cuba 100 mil barris de petróleo por dia, sob condições especiais de pagamento.

Em troca, a ilha mantém na Venezuela cerca de 30 mil agentes trabalhando nas “missões”, projetos sociais destinados às áreas de educação, saúde e esporte, entre outras. Na próxima semana, Raúl Castro chega ao Brasil para participar da Cúpula da América Latina e do Caribe, que entre terça e quarta-feira reunirá na Bahia chefes de Estado e de Governo da região.
fonte: http://www.uai.com.br/UAI/html/sessao_1/2008/12/13/em_noticia_interna,id_sessao=1&id_noticia=92024/em_noticia_interna.shtml

dezembro 12, 2008

Caracas!!!

Filed under: Uncategorized — ralfer @ 3:38 am

Notícias de Caracas!

Olá, estimados (as)!

Espero que esteja tudo em ordem com vocês, no Brasil. Por aqui, tudo tranqüilo. Curtindo ainda toda a novidade de estar em uma cidade parecidíssima como São Paulo. Caracas é uma metrópole igual a todas as outras. Possui coisas super legais e também, acumula alguns problemas. O meu primeiro susto foi realmente com o trânsito; não respeitam sinal vermelho, motoqueiros sem capacete (inclusive passando em cima do passeio) e nos cruzamentos, o que presenciamos realmente é uma batalha campal: quase um carro passando por cima do outro. Vai um jogando para cima do outro e seja o que Deus quiser. E Ele tem olhado muito por esse povo; pois, mesmo com tanta confusão no trânsito, eu vi poucos acidentes (pouquíssimos, porque o bicho realmente pega!!! Não tem jeito nem de explicar).

Vamos ao que interessa:

Ontem, preferi ficar na casa dos meus professores, atualizando alguns processos que estavam pendentes. Devo fazer isso nos próximos dias também; melhor, que assim vou dando uma descansada. Mas hoje, foi o dia marcado para visitar a sede da TeleSur. Essa emissora – que é novíssima por sinal (apenas 03 anos de existência), é um tipo de consórcio entre alguns países da América do Sul (o Brasil não está envolvido $$$), mas o canal possui correspondente inclusive em Brasília. Fiquei perplexo com a qualidade das instalações e o nível de jornalismo que praticam. Fui recebido no núcleo da língua portuguesa: que é comandada pela brasileira (baiana) Clarissa Melo. Super bacana e atenciosa.

Apresentou-me também o Guilherme (de Brasília), que também é do setor. São duas pessoas fantásticas. Acompanhei toda a produção e gravação de um dos programas deles para o Brasil (passa na parabólica em um canal de TV do Paraná). A qualidade é violentíssima e como sou apaixonado pelo bom jornalismo, a emissora me fez ficar com o queixo caído! No Brasil, para encontrar uma qualidade de instalações como essa, apenas no eixo Rio/São Paulo/Brasília. Abaixo, seguem algumas fotos do local:

Fotos TeleSur

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Após o almoço e visita à TeleSur, minha professora Norah marcou que eu deveria estar em uma estação do metrô próxima ao seu local de trabalho até às 16:00h. Só consegui chegar a tempo, porque o Guilherme da TV também precisava pegar o metrô. Desta forma, fomos no carro dele até o dito cujo (evitamos o ônibus) e ele estacionou o automóvel próximo a uma das estações. Mesmo não sendo o horário considerado o “de pico”, o meio de transporte estava lotado e eu custei a pular fora do vagão. Conforme determinado, liguei para a Norah. Ela disse: “Sabe chegar aqui no meu trabalho? Então venha, pois estou terminando algumas coisas.” Assim fiz. Chegando lá, notei que estava tudo apagado. Fiquei imaginando como que poderiam trabalhar naquela escuridão. Ela já adiantou: “aAcabou a energia agora. Parece que mais da metade da cidade está sem força.” Daí, fui notar que tive a maior sorte do mundo. Sem energia, o metrô pára. E eu tinha acabado de sair dele. Putz. Seria uma peleja danada…

Mas, vamos à seqüência de fatos, que supostamente originou esse blackout. Gente, a Venezuela não está o caos que a TV mostra. Isso eu garanto. Não estou querendo proteger o Chaves, mas, tirar o mérito dele também não podemos. Uma das coisas que mais me impressionam no cara, é que ele fica quase 08 horas por dia na TV. Se acompanharmos a programação, ficamos perplexos. Não sei como ele consegue ficar discursando em um tanto de eventos ao longo dia. Sem contar que ele estuda pra caralho. Não é bobo de jeito nenhum. Acompanha todos os fundamentos Marxistas existentes e está colocando tudo em prática. Em seus discursos, sempre está citando autores famosos e trechos de livros de onde pegou tal informação. Quando ele faz isso, o povo vai e compra o livro para entender o processo revolucionário. Mas, todo dia tem livro novo e o pessoal não consegue acompanhar todas as bibliografias mencionadas. O Adrian acha que ele não dorme. Fica 24h antenados (igual ao Jack Bauer). O mandado de presidente aqui dura seis anos; Chave está em seu segundo. Então, são quase 12 anos nessa tentativa de colocar em prática os fundamentos socialistas. Se isso é bom ou não, o povo gosta dele. Tem oposição também (que sempre existirá em qualquer lugar). E hoje, seria um dos dias mais importantes dos próximos meses. Chaves começou a campanha para tentar concorrer ao terceiro mandado; e de acordo com a constituição do país, não é possível. Então, ele quer fazer uma medida provisória, liberando-o para concorrer novamente à presidente e continuar com o processo revolucionário. Ele foi para a rua em um movimento simbólico, que seria pegar assinaturas dos eleitores para a MP. Só que apenas assinaturas não são válidas; será realizado assim, em fevereiro próximo, um referendo com os venezuelanos para decidir. O ato de hoje, era apenas simbólico mesmo. Tocar movimento.

Ai, que vem o “ó do borogodó”. Chaves na rua, oposição em alerta. Não está confirmado, mas, existem rumores por ai, que a oposição provocou o Blackout na cidade na hora de pico: entre 16:00h e 18:00h (pessoal saindo do serviço). Está esse boato, porque da última vez, a oposição sabotou uma linha de distribuição e deixou 14 estados da Venezuela sem energia quando Chaves estava em campanha. Dá para acreditar? E hoje, conseguiram parar Caracas novamente. O pessoal aqui, falou que sempre é assim: o Governo planeja uma coisa, a oposição vai lá e dá um golpe. O trânsito aqui já é o caos; imaginem sem Metrô? O mundo inteiro cai matando com isso; falando que o governo só provoca confusão. A oposição aqui é cobra criada. Sabotam tudo.

Mesmo arriscando, tirei fotos. Não poderia deixar de registrar esse dia caótico… bati uma foto de um MacDonald`s aqui também (maior símbolo do capitalismo em terras venezuelanas…eheheh). Gente, os próximos dias, devo ficar mais tranqüilo e descansando na casa aqui do pessoal. Não estou pensando em andar não. Então, podem me escrever que estarei sempre por perto! Sem carro e sem metrô!

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Abraços e mantenham contato comigo! Estou adorando!

Ralfer

dezembro 10, 2008

Misterio sobre o Compay…

Filed under: Uncategorized — ralfer @ 4:49 am

Ola Amigos!!!

Realmente o Compay Segundo morreu em 2003. Afinal, quem seria o cara da foto? Caso solucionado. Olhem o anexo. É a capa do CD que venderam no dia. Pegou um tanto de bobo que nao conhece de historia da musica cubana como eu.. ahahah Espertos!!! Mas, valeu!!! No post anterior, agora esta com as fotos… Abracos, Ralfer

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dezembro 9, 2008

Ultimas Noticias…

Filed under: Uncategorized — ralfer @ 7:21 pm

Salve salve, pessoal!

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Gente, falar de saudade é algo muito interessante. Esse sentimento pode ser intenso para uns e tão normal para outros. Mas, só sei que saudade é saudade e ponto final. Sinto falta de todo mundo no Brasil. Se eu pudesse viajar e levar todos para compartilhar essas aventuras seria realmente algo incrível. E é claro – não nos deixaria com tanta vontade de voltar para casa. Mas, esse gostinho também é legal: quando chegar os dias de retornar, a gente vai ficando louco: sente a falta da comida da mãe (apesar de que a minha mãe não cozinha para mim todos os dias. Mas, QUANDO cozinha, arrebenta no fogão); sente falta do cafuné e das conversas da namorada (muita falta!) e do convívio dos amigos. No geral, o que a gente gosta, faz falta quando se tira ou se está distante.

Cuba foi uma das experiências mais inesquecíveis de toda a minha vida. Putz. 08 dias que voaram. O festival foi bacana de mais. Valeu esperá-lo durante quase três meses e curtir, claro, o que o mercado alternativo tem produzido na América Latina. As discussões foram legais e as exibições superaram todas as minhas expectativas. Tirei várias fotos antes das sessões. O que se pode notar, é que realmente o povo cubano é ligado à cultura. Impressionante o tamanho das filas para assistir os filmes. E o movimento era intenso em todos os cines de Havana. Quase dava morte lá, do povo tentando entrar nas salas. Um filme do festival custava dois pesos. Algo em torno de cinco reais para todo mundo. Muito acessível. Dizem que nas bibliotecas, o movimento também é intenso. Existe um grande incentivo a educação em Cuba. Na rua, é muito interessante: por todos os lados, gente lendo os jornais diários. Interessante mesmo. Enfim: cubanos estão antenados com o mundo.

Todos os dias pela manhã, eu, Cláudio (meu amigo diretor de cinema) e um casal de japoneses, saíamos do hotel e íamos ao Nacional de Cuba buscar a programação do festival. Lembro que na sexta-feira, também não seria exibido nenhum filme brasileiro. Então, fomos repetir a dose da caminhada; previamente anunciada aqui no blog na penúltima atualização. Cláudio precisou resolver um problema na Universidade e ficou para trás. Eu e o casal de japas seguimos para a Praça da Revolução e de lá, rodamos para a Havana Velha. Mais de uma hora de caminhada, que valeu a pena. Gente, Old Havana é uma mistura de tudo. Já vou explicar. Na primeira visita, é assustadora. São casarões de dois ou três andares, que são utilizados como cortiços. O povo vive num amontoado que imediatamente sentimos falta de nossos quintais brasileiros. Agora, imaginem umas 100 mil pessoas vivendo assim? É incrível. Bom, fora daqueles city tours que as operadoras oferecem, onde você fica rodando no ônibus prá lá e pra cá, nosso passeio foi a pé. Entramos em diversas residências e conversamos com o povo cubano. Falando um portunhol meio esquisito fui ajudando os japas (que só falavam em inglês) e ia me virando nos questionamentos. Até que o meu inglês não está ruim não; dá para se virar geral. Agora, espanhol, putz, que língua do caralh#####! Até cheguei a cogitar o porquê da Espanha não ter descoberto o nosso país. Todos os nossos irmãos falam espanhol e a gente, esse bendito português; que dá para ser usado em Portugal, Macau, Haiti, Angola e outros. Muito legal, não é mesmo? Sem contar que nem o povo brasileiro sabe ao certo usá-lo. Difícil…

Fotos de Havana Velha

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Nessas entradas em cortiços, fomos conhecendo um pouco da história dessas pessoas que desde 1959 acompanham o processo revolucionário cubano. E quando falo que sou brasileiro, a festa é geral. Um chama o vizinho, que chama o outro e por ai. Querem saber de tudo: do Kaká, do Ronaldinho e do Lula. Observam na figura do Lula, como a pessoa que veio para mudar o mundo. Acreditam de mais no potencial dele. Nesses diálogos, eu não deixava de frisar que o povo brasileiro ama o povo cubano. Eles achavam a maior maravilha falar isso. E não tem como não gostar deles. São pessoas sofridas, envolvidas em um processo socialista (o que significa: todo mundo tem ou todo mundo não tem). Mas, tem muito cubano bem de vida lá também. São indivíduos que possuem algum parente na América (Flórida) e que como os brasileiros, fizeram a vida no passado. Juntaram grana e ajudaram quem ficou na ilha de Fidel. Então, aquela idéia que Cuba só tem carro velho, caindo aos pedaços é furada. Tem muito carro novo rodando na cidade (capitalismo???). Marcas da França, Alemanha e Japão.

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Tenho lá minhas dúvidas de como o socialismo agüentará as pressões externas. O povo da antiga, ama Fidel de coração. Agora os jovens, tenho lá minhas dúvidas. Eles querem é carro do ano e como no Brasil, não estão lutando em massa por nenhum direito não. Se o embargo americano acabar ou diminuir, quem sabe melhorem as coisas por lá. Cubanos estão loucos para que o Obama realmente assuma a presidência (acho que já comentei isso aqui antes). Por ser negro, acham que o mesmo lembrará-se de suas origens. Será? Torço para que sim. O povo da ilha precisa comer. A foto abaixo retrata um pouquinho do carisma dessas pessoas. Apaixonei com essa senhora. O sonho dela seria conhecer o Brasil. Eu falei que a traria dentro da minha mala, se ela quisesse. E ela respondeu: “E o homem deixa???”. O homem era o marido, que ficava com um sorriso aberto do lado. Vivem das fotografias que tiram em frente ao Capitólio (centro de Havana Velha, sede do Governo), naquele sistema antigo ainda – onde revelam a foto na hora, em preto e branco. Maior barato. A foto custa 6 reais (2 CUC`s). Nem sei onde coloquei a minha; tirei para ajudar. Ela pediu para o dia que fosse voltar para o Brasil, que era para ir lá despedir deles. E eu fui com o casal japonês. Putz; a senhora e o senhor me abraçaram de tal forma, como se fôssemos amigos há 40 anos. Deixei-os e fiquei com uma saudade bacana. No final do dia, quando voltava para o hotel, fiquei pensando neles. Quando forem a Havana, não deixem de tirar essa fotografia com os respectivos. E, se me perguntarem quais seriam as duas fotos preferidas da minha viagem a Cuba, seriam essas:

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Do Capitólio, seguimos para a La Bodeguita Del Médio, para realizarmos a última refeição no local. Seria uma forma de despedida. Como já estávamos “dominando” Havana Velha, achamos sem o menor problema. Senti que os Japas estavam um pouco chateados. Quase no dia de irem embora. Batia-me uma dor diferente também no peito. Havana mexe com as pessoas (pra quem realmente está antenado com o mundo). Tem gente que vai lá para curtição e foda-se Havana Velha com tudo que estiver dentro. Almoçamos com um copo de El Mojito para não perder o costume. O cardápio da casa é bem legal e não é caro. Comida show de bola.

Fotos La Bodeguita Del Médio

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Depois da Bodeguita, seguimos para uma feira de artesanato que acontece ali próximo. Canal ideal para comprar coisa barata. Como estava sem dinheiro trocado, não arrematei nada. Foi uma pena. Tinha investido o meu dinheiro em três coisas com os Japas: no canhonaço (que explicarei abaixo o que é), numa viagem para a praia de Varadero (130km de Havana para o Sábado) e um show de sei lá qual ex-integrante do Buena Vista Social Club. Vamos por partes (igual Jack, o Estripador):

01 – O canhonaço é um ritual que se repete todos os dias. Quando Havana ainda tinha uma muralha, um tiro de canhão era dado do forte, para abrir e para fechar o portão da cidade; impedindo assim, ataques surpresas dos inimigos. Havana não tem mais essa muralha, mas, civicamente realizam esse ritual diariamente (forma de ganhar dinheiro de turista. 08 CUC`s, cerca de 24 reais). O taxi até o local são mais 05 CUC`s (ida e volta, 30 reais). Vale é juntar uma turma e ir. Dizem que essa cerimônia é realizada apenas em dois países e no mesmo horário de 21:00h: Cuba e Porto Rico. Não é atirada nenhuma bola de canhão; mas, o estouro do esquema é bacana. Assusta todo mundo.

Fotos canhonaço

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02- Passeio por Varadero: compramos um passeio para Varadero. Varadero seria uma “Porto Seguro” da vida no Brasil. 22km de costa, com 52 hotéis (resorts). Coisa de cinema mesmo. Mar do Caribe é Mar do Caribe e ponto final. Mas, o pessoal de lá não tem essa ginga que temos no Brasil. A gente precisa ficar procurando coisa para comprar para comer e beber. Em nosso país, o pessoal da assistência nas barraquinhas e não nos faz ficar correndo atrás. Mas, valeu. Eu descansei demais e fiquei curtindo o visual que é impressionante. A água é transparente e ao longe, forma-se um azul muito bonito. Enterrei o pé na areia e até dormi para vocês terem idéia. Dei uma desligada geral do mundo. Retornamos no mesmo dia. Cheguei ao hotel correndo para tomar um banho. Era show de um dos integrantes do Buena Vista Social Club (famoso grupo cubano). 

Fotos Varadero

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03 – Compay Segundo: Bom, os cartazes diziam que o show era do Compay Segundo. Aquele Sr. que eu postei a foto e pedi para vocês descobrirem quem seria, não é Compay Segundo. E eu achei que era. O Lellis descobriu que Compay Segundo teria morrido em 2003. Então, quem seria o cara? Sei lá. Só sei que anunciaram na festa (imagine uma festa com todos sentadinhos, num hotel tipo o Grande Hotel de Araxá – coisa fina). Todo mundo tirou foto com o sujeito. Será que ele é Compay Terceiro? Sei não. Não faço a idéia de quem seja! Ahahaha Então, ninguém vai ganhar o charuto cubano porquê nem eu sei quem realmente é! Minha mãe achou que era o Martinho da Vila. Ahhaahah. Mas, o show valeu de mais. Praticamente, tocaram todos os sucessos do Buena Vista. Eu e os japas assistimos, tomando um Cuba Libre (com ron original do Havana Club). Valeu de mais.

Fotos do Compay ou de quem sei lá que for!

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Depois do show, fomos dar uma volta no Malecón – que é tipo o calçadão do Rio de Janeiro. Queríamos ir até o prédio do escritório americano. O local representa uma das manifestações diplomáticas mais instigantes de todo espaço cubano (e quem sabe do mundo). Os Estados Unidos não podem ter embaixada na ilha. Então, mantém um escritório de representação. São tão carudos, que colocaram um letreiro na frente, com frases metendo o pau em Cuba, Venezuela, Mexido e etc. Até lá eles ficam dando palpite. Sabe o que Cuba fez? Colocaram 138 bandeiras negras e com uma estrela na frente do escritório. Assim, consegue atrapalhar a idéia dos americanos. As bandeiras servem como um manifesto contra o embargo sofrido pelo país. As fotos não ficaram boas, porque era muito tarde. Mas, dá para se ter uma idéia. 

Fotos escritório americano.

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Sábado a noite. Os japas despediram-se numa tristeza profunda. Combinamos de realizar o último almoço juntos no domingo, no hotel Ambos Mundos (reduto do escritor Ernerst Hemingway), que fica no centro de Havana Velha. O cara era boêmio de mais. Imortalizou simplesmente os locais mais bacanas da cidade. O hotel é muito bonito e bem rústico; remete-nos as décadas de 30 ou 40. Almoçamos, os japas dali mesmo foram embora para seu país. Foi comoção geral. Passamos praticamente 06 dias juntos (de manhã, tarde e a noite). Fizeram-me prometer que os visitarei no Japão. Quem sabe um dia. Foi bacana. Ainda bem que sairia de Cuba no dia seguinte. Não ter a turma para andar junto, estava sem graça. Foram grandes companheiros de caminhada por Havana Velha. Valeu mesmo.

Voltei com o Cláudio para o Nacional de Cuba. Quando estava pegando a minha última programação, a senhora do escritório me perguntou o que eu tinha achado da coletiva de imprensa do filme: “Che” – longa metragem mais esperado da mostra. E eu disse morrendo de vergonha: “Eu a perdi!”. A mulher não acreditou. Eu tinha ido para Varadero. Minha idéia era ir para a praia no domingo. Só que domingo era o dia de partida dos japas. Então, fomos no sábado. Sábado fez um sol show de bola. E no domingo, choveu de mais em Havana. Participaram da coletiva, para vocês terem idéia, o Benício Del Toro (que fez o papel de Che), Rodrigo Santoro (representou Raul Castro – Irmão de Fidel) e outros. Disseram que foi concorridíssima e no filme, teve presença em peso da imprensa do mundo inteiro. Depois que pegamos a programação, encontramos o ator brasileiro Selton Mello no Nacional de Cuba. Aproveitamos para registrar o momento e ele nos convidou para assistir a estréia do seu filme: “Feliz Natal”. Então, no domingo assisti esse e “Cegueira”, dirigido por Fernando Meirelles (baseado na obra de José Saramago – primeiro prêmio Nobel da literatura portuguesa).

Fotos Selton

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Feliz Natal, dirigido por Selton Mello: em seu discurso apresentando o trabalho, Selton retrata acima de tudo, que a idéia é fazer cinema como se faz poesia. E como primeiro trabalho, apresentou uma temática super delicada e contextualizada: famílias cada vez mais desestruturadas nos dias atuais. O filme tem apoio da USIMINAS e se não me falhe a memória, partes foram rodadas na cidade de Ipatinga-MG (imagens do ferro velho). Filme foi aplaudido e acho que cumpriu seu papel social.

Ensaio sobre a Cegueira: segundo longa metragem mais esperado do festival, Cegueira trouxe o drama de uma cidade em que todos os habitantes contraíram uma espécie de cegueira coletiva. Menos uma mulher. A história traz uma reflexão sobre valores muito interessante. José Saramago e Fernando Meirelles não vieram. Mas, o produtor e um ator estiveram presentes no lançamento do longa no festival.

Acordei cedo na segunda. Era hora de arrumar a mala e partir de Cuba. Juro que arrumei tudo, com um aperto no coração. A passagem por Havana foi reflexiva ao extremo. Será que realmente precisamos de tudo que temos? Então por que não paramos de reclamar da vida que assumimos? Lá, a coisa é feia. Muito feia. No aeroporto, minha mala deu excesso de peso. Tipo que pagar um absurdo por causa de 2 quilos a mais. Fazer o que, não é mesmo. A mulher queria que eu tirasse as coisas. Iria era tirar a mão na testa dela, por ter falado uma coisa desta. Minhas coisas não ficam para trás de jeito nenhum! Depois do check in, é necessário ainda pagar uma taxa de 75 reais para o embarque (um imposto criado agora).

Peguei o vôo para o Panamá no horário. Aguardei por duas horas e embarquei para a Venezuela. Cheguei a Caracas quase meia noite. Era o momento mais tenso de todos: será que seria barrado por causa das muambas que estava trazendo na bagagem? Não era muita coisa, mas, sei lá. Vai que dava um pepino qualquer. Eram alguns presentinhos para a família. Graças a Deus deu tudo certo. Meu professor Adrián e seus filhos estavam me esperando no aeroporto. Fiquei morrendo de vergonha depois. Ele me falou que morava não em Caracas e sim, numa cidade ao lado. Sabem quantos quilômetros? 60 km. Fomos chegar à casa deles quase às 02:00AM. Putz. Isso não é hora de chegar à casa das pessoas de forma alguma. Eu pedi desculpas de mais. Ele falou que não era para esquentar. Fiquei muito constrangido mesmo. Antes de dormir, ele já avisou: “05:00am todos acordados, ok”. Eu disse: “Claro! Positivo”.

Primeiro dia em Caracas

05:00h da madrugada em ponto, ele bateu na porta do quarto. Levantei arrebentado. Mas, compromisso é compromisso. Se me deixassem, ficava dormindo até ao meio dia, certeza. 05:30h saímos para Caracas (Adrian, Norah, Marcos – filho de 09 anos e eu). Vocês não têm idéia da loucura do trânsito que realmente é isso aqui. Saímos 05:30h para chegar em Caracas às 08:00h. Muito carro na rua. Deve ser pior que São Paulo. Então, ele deixou a Norah e eu perto de uma estação do metrô. Passaria o primeiro dia no serviço dela (onde estou escrevendo para vocês). Peguei uma mesa aqui e estou mandando bala nesse relato. Daqui a pouco, vou até o computador dela e mando para o blog (tem internet). Pegamos 02 metrôs até o serviço. Chegamos aqui às 09:00h. Estou assustado até agora do tumulto que é no metrô. Muita gente espremidoa. Ela já me adiantou que na hora de ir embora, é pior. Já estou morrendo de medo das 18:00h… Bom, acho que vou poder escrever com uma freqüência melhor agora.  Amanhã, está agendada minha visita com a Pamela e seu namorado (Pamela é filha do Adrian do primeiro casamento dele), na Telesur – onde trabalham (emissora de TV aqui de Caracas). A diretora do canal é brasileira e já está me aguardando para mostrar todas as instalações. Acho que vai ser legal conhecer. A idéia é ficar aqui por uns dias. Ainda estou estudando a data exata de retorno. O importante é que estou bem e morrendo de saudade de todos vocês. Fotos na rua aqui, talvez não seja uma boa idéia. O Adrian pediu para ter cuidado como se tem em um grande centro no Brasil. Então, enriquecerei meus depoimentos, para vocês imaginarem tudo, ok?

Espero que gostem desta atualização e nos vemos em breve.

Saudade. E o que é mesmo Saudade? Leiam o início deste texto! Inté!

Ralfer

Artista na Velha Havana

Artista na Velha Havana

dezembro 7, 2008

Segue…

Filed under: Uncategorized — ralfer @ 1:59 pm

Gente, muito bom dia!

Espero que estejam gostando das atualizacoes…
Bom, estou preparando um material novo para publicar na tarde de segunda. Entao, aguardem… Ate la, tentem descobrir quem esta comigo na foto. Vale um charuto cubano.

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Abracos para voces!

Ralfer

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